O mínimo que você precisa saber sobre a Ansiedade

O que é? Quais os tipos? Em quem acomete? Como evitar? Como tratar? Hoje, neste artigo, essas e outras perguntas serão respondidas ao longo da leitura.

Índice

Qual médico procurar para ansiedade?

O médico da ansiedade é aquele que estuda e trabalha focado na área de saúde mental.

Quando pensamos em qual médico trata nervosismo ou qual médico trata ansiedade é sempre bom irmos atrás daquele profissional que te acolhe, ouve sua história, te entende, orienta e trata.

Dr. Luís é médico de ansiedade, com prática e resultados no tratamento desse quadro.

dr luis osaku

O que é ansiedade?

Primeiramente é importante entender que nem toda ansiedade é doença, na verdade o que definimos como algo patológico são os Transtornos de Ansiedade.

A ansiedade (como sintoma) pode ser entendida como uma sensação desconfortável inespecífica e vaga.

Para entender melhor: quando estamos com a bexiga cheia, temos um desconforto na barriga. Sabemos onde é e o que fazer: ir ao banheiro urinar. Isso alivia esse desconforto.

Fazemos isso justamente porquê a vontade de ir ao banheiro não é inespecífica, nem vaga, e sabemos que fazer xixi alivia esse incômodo.

Além dessa sensação, há sintomas da ansiedade que podem se apresentar de forma física (somático), como:

  • Dor de cabeça
  • Coração acelerado
  • Dor ou perto no peito
  • Inquietação
  • Diarreia
  • Tontura
  • Aumento do suor pelo corpo
  • Sensação de desmaio
  • Formigamento no corpo
  • Preocupação excessiva

É comum termos a ansiedade noturna ser mais percebida na maioria dos ansiosos.

Isso ocorre, pois durante o dia nos ocupamos com muitas coisas, nos distraímos.

A noite não queremos fazer outra coisa se não dormir.

Mas é aí que todos aqueles sintomas, que até então estavam mascarados por atividades, começam a aparecer, as vezes chegando até a crise de ansiedade noturna. 

ansiedade

Não é esperado que a pessoa apresente todos esses sintomas quando está ansiosa, nem mesmo em quadros patológicos.

A presença ou não deles depende de muitos fatores, bem como ela pode se apresentar de diferentes modos entre as pessoas Depende de diversos fatores como, por exemplo, a cultura, como é sua família, sua história de vida (experiências) etc.

A ansiedade normal tende a gerar poucos problemas para a pessoa, causando pouco prejuízo, talvez apenas em alguns pontos específicos e pontuais de sua vida.

 

É importante ressaltar que ela tem uma função e pode ser boa.

Entenda que quando estamos diante de uma situação de importância para nós, é essa ansiedade que nos impele a agir.

Era essa mesma ansiedade que nos fez sobrevier nas épocas mais primitivas da humanidade, quando o homem precisava se mexer para buscar comida ou lutar contra um perigo.

Sem isso o homem não teria sobrevivido!

Mesmo nos dias de hoje, ainda que não precisemos caçar nem nos defender de predadores, ficaríamos parados e deixaríamos de fazer aquilo que devemos fazer se não houvesse algo em nós que nos movesse.

Vemos claramente isso quando precisamos entregar um trabalho ou projeto e deixamos para última hora.

Enrolamos até o último momento até que “percebemos” que era algo importante.

E é aí que a ansiedade acaba nos impelindo a agir – tendo êxito ou não no resultado final.

Mas como sei que isso não é patológico?

O diagnóstico deverá ser feito com um médico que tenha experiência nesse tipo de demanda, mas ainda assim é possível ter uma ideia quando pensamos na intensidade e prejuízo que esses sintomas causam. 

Quando altos o ideal é buscar por um profissional para avaliar de forma mais individual e minuciosa.

Quais os (principais) tipos de ansiedade?

1. Transtorno de Pânico

Também conhecida como Síndrome do Pânico.

Caracteriza-se especificamente pela presença de Ataques de Pânico (também chamado de ataque de ansiedade, crise de ansiedade ou crise de pânico), que consistem em um episódio súbito de medo ou desconforto intenso, durante minutos ou horas.

Além disso pode ter a presença de:

  • Coração acelerado
  • Sudorese
  • Tremor
  • Sensações de falta de ar ou sufocamento
  • Dor ou aperto no peito
  • Enjoo ou desconforto abdominal
  • Tontura ou sensação de desmaio
  • Calafrios ou ondas de calor
  • Sensações de formigamento
  • Sensações de irrealidade ou sensação de estar distanciado de si mesmo
  • Medo de perder o controle ou “enlouquecer”, medo de morrer

Vale lembrar que não é obrigatório a presença de fatores estressantes para o surgimento de um Ataque de Pânico na pessoa que tenha este transtorno.

2. Agorafobia

Medo ou ansiedade de lugares que possa ter sua fuga ou saída difícil. Exemplos comuns:

  • Transportes públicos (ônibus, carros, avião), ambientes fechados (loja, cinema)
  • Ambientes abertos (shopping estacionamento).
  • Ficar em filas ou locais com muitas pessoas
  • Dificuldades de sair de casa

3. Fobia específica

Medo excessivo de algo, circunstância ou situação específica.

A pessoa apresenta ansiedade imediata quando exposta, de modo desproporcional ao fator estressante e sem conseguir se controlar – ainda que saiba que não tem motivo.

Possui alguns nomes próprios para cada estressor, veja os mais comuns:

  • Acrofobia (medo de altura)
  • Hidrofobia (medo de água)
  • Claustrofobia (medo de espaços fechados)
  • Cinofobia (medo de cães)
  • Misofobia (medo de sujeira e germes)
  • Pirofobia (medo de fogo)
  • Xenofobia (medo de estranhos)

4. Transtorno de ansiedade social (fobia social)

Medo de situações sociais em que o indivíduo pode ser avaliado por outras pessoas (mesmo quando não é), poderia ser chamado também de fobia de pessoas..

É comum ser observado nas seguintes situações:

  • Interações sociais (manter uma conversa, encontrar com alguém não familiar)
  • Ser observado (comendo ou bebendo)
  • Situações que precisa demonstrar algum desempenho para os outros (apresentar palestras).

Nessas situações os sintomas de fobia social costumam a ser vistos pelo medo de demonstrar ter ansiedade para os outros, sensação que passará por alguma humilhação ou constrangimento, sensação que será rejeitado ou ofenderá os outros.

5. Transtorno de ansiedade generalizada

É o transtorno fóbico mais comum desses citados.

Nele a pessoa fica frequentemente ansiosa e preocupada excessivamente (além da dificuldade de controlar essa preocupação).

Junto desses sintomas é comum a presença de:

  • Inquietação ou irritabilidade
  • Cansaço e sensação de tensão
  • Dificuldade de se concentrar, além de ser comum o “branco” na mente
  • Tensão muscular
  • Insônia e sono agitado

Em quem acomete?

Em 2019 haviam cerca de 298 milhões de pessoas ansiosas no mundo.

A ansiedade na pandemia deu um salto para 374 milhões de pessoas (um aumento de 26%!) no ano de 2020.

Só no Brasil estima-se que cerca de 18,6 milhões de pessoas sofram de ansiedade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Há diversas causas da ansiedade e que podem levar ao desenvolvimento do transtorno em si, sabe-se que esses fatores sempre estão associados entre si (causa multifatorial).

Entre eles temos:

  • Fatores biológicos: desregulação dos sistemas noradrenérgicos (de luta ou fuga)
  • Fatores genéticos: risco de 4-8 vezes maior de desenvolver ansiedade patológica em quem tem parentes de primeiro grau com o transtorno.
  • Fatores psicossociais: eventos estressantes antigos ou atuais podem levar ao desenvolvimento desses sintomas e o modo como a pessoa lida com eles também pode ser motivo de piora do quadro ansioso.

É comum os transtornos ansiosos  estarem associados com outros quadros da psiquiatria.

Depressão e ansiedade é bem comum estarem presentes ao mesmo tempo no paciente, por exemplo. 

Como evitar?

Em minha prática eu vejo que existem algumas atitudes que a pessoa pode fazer ou evitar que podem auxiliar na prevenção de uma piora da ansiedade.

É impossível privar alguém de algum estresse, logo isso não deve ser o foco quando pensamos em prevenir a ansiedade, no entanto é possível, por exemplo, evitar algumas situações que potencialmente poderiam ser mais estressantes, como (quando possível) trabalhar com algo que você saiba lidar bem, evitar discussões quando se está estressado, ser organizado.

Além disso é importante ter uma boa rotina de sono, tendo um horário para acordar e um horário para dormir.

A privação de sono é um estresse importante nos dias de hoje. Quando dormimos mal, tendemos, no dia seguinte, a ficar mais cansados ou irritados, podendo gerar algum prejuízo nas nossas funções.

Um dia talvez seja insuficiente, mas quando vemos ao longo de dias, semanas, anos, as consequências desse estresse começam a aparecer, ainda que não sejam percebidas de modo consciente.

Atividades físicas são indispensáveis.

No mundo que vivemos hoje, a maioria das pessoas realizam trabalhos que demandam pouco esforço físico, mas muitas vezes apresentam alta demanda mental. Há um certo descompasso.

Precisamos incluir a prática de exercícios, pois por meio deles conseguimos aliviar o estresse, ficamos mais fortes e melhoramos não só a saúde da mente, mas do corpo como um todo.

Alimentação é importante também para um bom funcionamento do corpo.

Vale lembrar que é pela alimentação é que conseguimos a matéria prima para a produção dos neurotransmissores, que são responsáveis pelo bom funcionamento cerebral.

Além disso a qualidade da nossa alimentação também é importante, pois, geralmente, alimentos saudáveis são ricos em micronutrientes (minerais e vitaminas), enquanto que alimentos processados são mais pobres, além de serem, de certa forma, um estresse ao organismo.

Por fim é salutar lembrar que algumas coisas que, ainda que socialmente aceita, podem ser prejudiciais.

O consumo algumas substâncias como cafeína, álcool, nicotina pioram a ansiedade. A maconha, ainda que causa relaxamento quando em uso, é ansiogênica (gera ansiedade), portanto, ainda que cause percepção de redução da ansiedade momentânea, deve ser evitada.

Outras substâncias psicoativas como cocaína, crack, anfetaminas e alucinógenos também podem ser responsáveis por quadros ansiosos.

Como tratar?

Primeiramente é essencial o diagnóstico do quadro que se apresenta.

A ansiedade pode estar associada à outros transtornos psiquiátricos, como depressão, bipolaridade, dependência química, TOC.

Portanto, antes de pensarmos num tratamento é necessário entender o que estamos tratando. Por isso a necessidade de acompanhar com um médico capacitado.

Com o diagnóstico feito – além das mudanças comportamentais citadas anteriormente – os tratamentos para ansiedade consistem na psicoterapia e/ou farmacoterapia.

A psicoterapia é realizada por um psicólogo ou psicoterapeuta.

A abordagem que tem mais vaildação científica é a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), mas na prática depende do paciente, pois cada um é único e apresenta uma demanda específica. Técnicas de respiração, meditação ou aterramento podem ajudar a controlar ansiedade.

Quanto aos medicamentos utilizados podemos pensar em dois objetivos do tratamento: a estabilizar, controlar a ansiedade e as crises.

A fim de ajudar na diminuição da ansiedade ou dos sintomas de crise de ansiedade que está em curso, é comum o uso de ansiolíticos da classe dos benzodiazepínicos (remédios de receita azul), a fim de cessar as crises de ansiedade de forma rápida e pontual.

Apesar de ser uma boa classe de medicamentos, ela não trata a ansiedade, pois uma vez passado o efeito (depois de algumas horas) a pessoa volta a ficar ansiosa. Além disso, por ser uma medicação tarja preta, seu uso contínuo pode levar à algum grau de dependência.

Quando pensamos em estabilização temos como objetivo reduzir a ansiedade em frequência e intensidade, de modo que tornem-se cada vez mais brandos até, preferencialmente, não existirem mais.

Os antidepressivos são as medicações de primeira linha para o tratamento da ansiedade, podendo ser usado os Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina (ISRS), como a fluoxetina, sertralina e escitalopram, e os duais ou Inibidores Seletivos de Recaptação de Noradrenalina e Serotonina (ISRNS), como a duloxetina, desvenlafaxina e venlafaxina.

Neste artigo podemos ver um pouco sobre esse quadro, mas principalmente que existe tratamento. Para você que se identificou com esses sintomas ansiosos ou conhece alguém que está sofrendo com isso, não deixe de procurar ajuda, para ter novamente uma vida saudável e equilibrada. 

Considerações finais:

Neste artigo podemos ver um pouco sobre esse quadro, mas principalmente que existe tratamento.

Para você que se identificou com esses sintomas ansiosos ou conhece alguém que está sofrendo com isso fica um recado: muita coisa já foi perdida ou deixada de fazer por conta dessa ansiedade.

É possível ter novamente uma vida saudável e equilibrada, não deixe de procurar ajuda.

3 respostas

  1. Que explicação simplesmente maravilhosa,hoje estou fazendo uso re remédios para curar minha ansiedade,estou melhorando muito tenho 56 anos ,tenho tudo na vida que gosto,mas com muita fé conseguirei sair dessa,tudo foi dito aqui me idenfiquei com algumas coisas,foram palavras sábias de pessoa que entendi do assunto.

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