Você sabe o que é bipolaridade?
Quando pensamos em alguém com bipolaridade sempre nos vem a imagem daquela pessoa que muda de uma hora para outra, que geralmente se irrita facilmente.
Nesse artigo falaremos especificamente sobre o Transtorno Bipolar, um quadro que até pode ter como sintoma a irritabilidade, mas é muito mais complexa do que somente isso.
Índice
Qual médico trata bipolaridade?
O médico para transtorno bipolar é aquele que estuda e trabalha com enfoque na área de saúde mental.
Quando pensamos em qual médico trata transtorno bipolar é sempre bom irmos naquele profissional que te acolhe, ouve sua história, te entende, orienta e trata.
Dr. Luís tem experiência em atendimento de bipolares, com prática e resultados no tratamento desse quadro.
Como é a pessoa bipolar?
O portador de Transtorno Afetivo Bipolar é uma pessoa normal, mas que tem um quadro crônico de oscilação do humor entre dois polos extremos: o depressivo e o de hiperativação (também chamado mania ou hipomania).
No meio desses opostos temos como sinais da bipolaridade períodos em que a pessoa pode ter um pouco de cada, chamada fase mista, ou períodos que está bem, estável, chamado de remissão.
Quem pode ter bipolaridade?
Não é um quadro tão comum. Segunda a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima-se que a chance de alguém ser bipolar é de 1-2%, que corresponde a 160 milhões de pessoas no mundo.
É um quadro que não difere sua frequência quanto ao sexo, acometendo homens e mulheres na mesma proporção.
A média de idade do início dos sintomas é de cerca de 18 anos para os bipolar tipo 1 e 25 anos para os bipolar tipo 2
Qual a causa da bipolaridade?
É uma doença de causas multifatoriais, mas apresenta o componente genético muito forte.
O quadro é até 10 vezes mais comuns em quem tem parentes com transtorno bipolar tipo 1 e tipo 2.
Estima-se que 80% dos quadros diagnosticados tem algum bipolar na família, mesmo que muitas vezes não diagnosticado.
Os fatores estressantes ambientais, como estresses físicos, psicológicos, drogas ou privação de sono, e desequilíbrios hormonais podem ser desencadeadores do início dos sintomas de transtorno bipolar.
Quais os tipos de bipolaridade?
Nesse parte do artigo falarei sobre os principais tipos de doenças dentro dos Transtornos Bipolares.
Transtorno Bipolar tipo I
Os sintomas de bipolaridade são caracterizados pela presença episódios depressivos e de episódios de muita energia, chamados de mania.
Episódios de mania
É um período que a pessoa fica com o humor para cima, fica expansiva, aumento da atividade ou de energia, durando pelo menos uma semana.
Além disso são comuns presença de:
- Humor eufórico ou excessivamente feliz
- Irritabilidade
- Oscilação de humor entre euforia e irritabilidade
- Aumento exagerado da autoestima e otimismo
- Redução da necessidade de horas dormidas.
- Aumento da energia
- Mais falante e maior necessidade para continuar falando.
- Pensamentos acelerados.
- Desinibição
- Impulsividade
- Exposição à riscos (gastos excessivos, consumo de drogas)
Os episódios de mania são graves e causam prejuízos no funcionamento social ou profissional.
Além disso também podem ser acompanhados de sintomas psicóticos.
Episódios depressivos
É o mesmo quadro de uma depressão, com a presença de humor deprimido, com desânimo, tristeza, falta de esperança, durando pelo menos duas semanas.
Associado à esse sintoma pode ter a presença de perda de interesse ou prazer pelas coisas.
Há alguns sintomas na depressão que são mais comuns em quadros bipolar entre eles:
- Aumento do sono.
- Aumento do apetite e do peso.
- Sensação de peso/cansaço no corpo, principalmente no começo do dia.
- Lentificação dos movimentos
- Sintomas psicóticos
- Culpa exagerada
Instabilidade do humor. - irritabilidade.
- Agitação.
- Pensamentos descontrolados.
Assim como na depressão unipolar, na depressão bipolar o paciente também pode apresentar pensamentos de morte, ideação suicida ou tentativas contra a própria vida, por isso deve-se tratar com cuidado.
Transtorno Bipolar tipo II
O bipolar tipo 2, assim como o tipo 1, também apresenta a ocorrência de episódios depressivos, no entanto, no lugar da mania, apresenta episódios menos intenso de ativação, chamados de hipomania.
A pessoa em hipomania fica com humor elevado, expansiva e com mais energia assim como na mania, mas em menor intensidade e de duração menor que quatro dias consecutivos.
Os sintomas podem ser bem parecidos com a mania, mas por terem menor intensidade e menor duração, no geral, são menos graves a ponto de causar prejuízos em sua vida social ou profissional.
Não há a presença de sintomas psicóticos.
Ainda assim é um quadro que necessita de atenção e cuidado, por apresentar elevado risco de suicídio quando o paciente não está devidamente tratado.
Transtorno Ciclotímico
A ciclotimia é um quadro crônico de oscilação de humor que fica no meio termo entre os transtornos de humor.
A oscilação de humor para cima, no entanto, não varia o suficiente para chamarmos de mania ou hipomania (se não chamaríamos de transtorno de bipolaridade 1 ou 2) e os sintomas depressivos não são suficientes para chamarmos de episódios depressivo maior.
Mesmo assim os sintomas causam sofrimento ou prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
Pessoas com esse quadro normalmente são conhecidas por serem temperamentais, mal-humoradas, imprevisíveis, incoerentes ou não confiáveis.
Como lidar com uma pessoa bipolar?
Primeiramente é necessário o diagnóstico, que sempre deve ser feito por um médico com experiência no tratamento desse quadro.
Uma vez já tendo um diagnóstico estabelecido é importante a compreensão.
Em episódios de ativação é importante saber que a pessoa precisa de tratamento ou, pelo menos, ser reavaliada pelo médico.
Quando em mania aguda, a pessoa sente-se bem, não consegue perceber sua inadequação, por isso mesmo é pouco provável que espontaneamente ela queira passar por uma avaliação, já que na cabeça dela ela está ótima. É necessário que alguém tome a iniciativa!
Outro detalhe importante é não parar o tratamento, uma vez estável é possível ajustar e eventualmente reduzir alguma medicação, mas parar totalmente é pouco provável.
A pessoa pode até ficar bem por um período, mas eventualmente vai oscilar para um dos polos.
Existe tratamento para bipolaridade?
Sim, existe. Muitos perguntam se bipolaridade tem cura. A resposta precisa seria não.
Pensemos no seguinte exemplo: quando pensamos em alguém com diabetes, que precisa de insulina, seu quadro é crônico, não tem cura e precisa da medicação para ficar bem.
O distúrbio bipolar é a mesma situação. Ainda que não exista a cura, existe tratamento para transtorno bipolar, que garante uma estabilidade e uma possibilidade de vida normal.
A psicoterapia é importante para auxiliar no entendimento do próprio quadro, além de ajudar na superação e enfrentamento de eventuais traumas ou situações mal resolvidas no passado ou no presente.
Acima de tudo, a medicação é indispensável quando falamos de doença bipolar.
As medicações empregadas variam muito em que fase está a pessoa e qual a intensidade dos sintomas.
O foco é sempre estabilizar, para isso costumamos a usar o lítio, anticonvulsivantes e antipsicóticos.
Ainda é possível associação com antidepressivos em alguns casos, mas sempre com ressalvas, ficando à critério do médico que acompanha o paciente.
Para quadros mais graves pode ser indicado o início do tratamento em regime hospitalar, mas apesar de, em alguns casos ser necessário, não é o mais comum.
Considerações finais:
Se você é bipolar ou tem essa suspeita, saiba que não está sozinho. Essa condição de saúde mental afeta milhões de pessoas em todo o mundo. É uma condição que pode trazer consigo altos e baixos emocionais extremos, períodos de euforia e energia excessiva seguidos por fases de tristeza profunda e desesperança, conforme falamos anteriormente.
Mas não deixe que isso o defina. Você é muito mais do que sua condição. Busque ajuda profissional e confie em seu tratamento. Com o tempo e o apoio adequado, você pode aprender a gerenciar os sintomas e viver uma vida plena e satisfatória, não deixe de buscar ajuda.