Depressão: o que preciso saber?
A depressão faz parte de um grande grupo de transtornos dentro da psiquiatria: os transtornos de humor, que contempla como principais representantes a depressão maior e a bipolaridade.
Índice
Qual médico procurar para depressão?
O médico que trata depressão é aquele que estuda e trabalha com enfoque na área de saúde mental.
Quando pensamos em qual médico cuida de depressão é sempre bom irmos atrás daquele profissional que te acolhe, ouve sua história, te entende, orienta e trata.
Dr. Luís é médico para depressão, com prática e resultados no tratamento desse quadro.
Quem pode ter?
O diagnóstico deve ser sempre feito com um médico capacitado.
O que se sabe é que é uma doença que afeta cerca de 5% da população mundial.
A Organização Mundial da Saúde, antes de 2019, estimava que haviam no mundo cerca de 193 milhões de casos no mundo, mas em 2020 esse número aumentou cerca de 28%, indo para 246 milhões de pessoas com depressão na pandemia.
No Brasil cerca de 13,3% de sua população tem diagnóstico de depressão e a prevalência do surgimento desse transtorno ao longo da vida de um brasileiro é de cerca de 15,5%.
É um quadro que tem se tornado cada vez mais comum e qualquer pessoa pode estar sujeito a desenvolver este transtorno.
O que sinto?
Os principais sintomas da depressão são o humor deprimido e a perda de interesse ou prazer em fazer as coisas.
O humor deprimido é um sentimento que pode ser sentido de diversas formas, como uma tristeza, sentimento de “vazio”, sem esperança. Além desses sintomas também é comum a presença de:
- Perda ou ganho de peso (ou redução ou aumento do apetite)
- Alterações no sono (sonolência excessiva ou insônia)
- Inquietação ou lentificação dos movimentos
- Fadiga (cansaço) ou redução da energia (indisposição)
- Sentimentos de culpa
- Falta de concentração, dificuldade para pensar ou tomar decisões
- Pensamentos de morte ou suicídio
Os sinais de depressão na adolescência e depressão infantil podem ser um pouco diferentes do adulto, geralmente apresentando humor mais irritável ou rancoroso, não querer mais sair com amigos, ausência em escola e piora das notas, mudanças no padrão do sono, por exemplo.
Até aqui falamos especificamente sobre o Transtorno depressivo maior, mas há outros tipos de depressão e suas variantes.
Além desses sintomas depressivos é comum a presença de sintomas de depressão e ansiedade estarem juntos (nervosismo, inquietação, medo que algo ruim aconteça, sentimento de perda de controle).
Há, em quadros mais graves, a possibilidade do surgimento de sintomas psicóticos durante um episódio depressivo (depressão psicótica).
Esses sintomas presentes no depressivo além de causarem muito sofrimento, também causam muitos prejuízos sociais, profissionais e em diversas áreas importantes para a pessoa.
Todos estão sujeitos a apresentarem algum quadro de depressivo ao longo da vida, ainda que seja uma depressão sazonal (associada com mudança de estação do ano).
Há situações um pouco mais delicadas como a depressão na gestação, depressão pós parto e quadros mais extremos como a psicose puerperal, que demandam mais atenção e, no caso desta última, pode ser necessário suporte hospitalar para um melhor acompanhamento da paciente.
Em algumas pessoas, com quadros de depressão endógena (causadas por questões internas/biológicas) é comum, mas não obrigatório, que a pessoa desenvolva uma depressão crônica, que também poderia ser chamado de transtorno depressivo recorrente.
A depressão bipolar é um tipo de depressão que não está dentro do transtorno depressivo maior, mas faz parte dos transtornos de humor. Ela é de mais difícil diagnóstico e está presente no quadro de transtorno bipolar.
Podemos ver que a depressão é uma doença muito importante no nosso tempo. Depressão não é frescura! Como vimos, muitas vezes pode se apresentar como depressão profunda, chegando ao ponto de pensamentos de morte, desejo suicida e até tentativas de suicídio.
Por que sinto?
Ainda há muito estudo para tentar entender sua etiologia, mas sabe-se que a causa da depressão é multifatorial, entre eles temos:
- Fatores biológicos (desequilíbrio/deficiência de neurotransmissores cerebrais, distúrbios imunológicos/inflamatórios)
- Fatores genéticos (alterações em genes que podem ser passado ao longo da geração e podem predispor ao desenvolvimento do quadro)
- Fatores psicossociais (Acontecimentos da vida estressantes, estresse ambiental e personalidade do indivíduo)
O uso algumas medicações como contraceptivos orais, esteroides, agentes dermatológicos, por exemplo, podem induzir quadro depressivo em algumas pessoas.
O uso de substâncias como o álcool, cocaína, alucinógenos também são importantes causas da depressão induzida.
Existe algum exame para saber se tenho mesmo?
Não há exames específicos para podermos fazer o diagnóstico de depressão, mas há diversos exames que podem nos auxiliar.
É importante falar que apenas a presença dos sintomas descritos acima não são suficientes para definir o diagnóstico.
Ele deve ser feito por um médico com experiência na área, pois deve-se descartar outras doenças que podem apresentar sintomas parecidos com esse quadro, como, por exemplo, uma anemia, um hipotireoidismo, alguma falta de vitamina ou nutriente.
E é justamente para descartar esses outros quadros que poderiam se apresentar como sintomas depressivos que precisamos sempre fazer, no mínimo, uma investigação com alguns exames de sangue e, em alguns casos, exames de imagem.
Também podem ser utilizado alguns teste e questionários para nos orientar sobre o diagnóstico e sobre a gravidade do quadro.
Existem alguns testes auto avaliativos que podem ser respondidos pelo próprio paciente, entre eles o Teste de Autoavaliação da Depressão de Zung, por exemplo.
Como ajudar alguém com depressão?
Converse com essa pessoa preferencialmente de modo particular, não em um ambiente com muitas pessoas. Na conversa você pode perguntar para ela como ela tem se sentido de forma franca e acolhedora.
Se você tiver mais intimidade com a pessoa, é possível tomar a iniciativa de levá-la em algum atendimento médico especializado ou psicológico para que ela possa conversar com um profissional.
É importante perguntar sobre suicídio com a pessoa, não tenha medo. Isso não fará com que ela comece a pensar nisso apenas porquê você perguntou, no entanto é algo que deve-se saber para entendermos a gravidade do quadro.
Nessas situações, se a pessoa se nega a buscar atendimento é sempre importante o acolhimento e entrar em contato com familiares ou pessoas próximas que poderiam cuidar melhor desse alguém em questão.
De qualquer forma é sempre indispensável o acompanhamento médico, pelo menos inicial, para passar por uma avaliação profissional e que poderia indicar o melhor tratamento para o caso.
Como melhorar?
O lado bom é que a depressão tem cura, e quando não é possível, pelo menos podemos estabilizar os sintomas, aliviando o sofrimento da pessoa.
O tratamento da depressão apresenta diversos pilares que ajudam na melhora dos sintomas e auxiliam na manutenção da estabilidade do paciente:
Psicoterapia:
Abordagem que foca no paciente e em suas relações intrapessoais e interpessoais. Trabalha o modo como se relaciona consigo mesmo, com sua história, sua vivência e circunstância na qual está inserido, buscando uma organização da dimensão psicológica desordenada da pessoa e um amadurecimento.
Atividade física:
Melhora a disposição, o sono, reduz ansiedade e ajuda a regular o humor. Além disso ajuda na melhora do desempenho físico, ajudando na disposição, no controle do peso e na melhora a autoestima.
Dieta/Alimentação:
Provê nutrientes necessários para o funcionamento adequado do organismo, bem como fornece matéria prima para a produção adequada de neurotransmissores e hormônios responsáveis para o bom funcionamento do corpo e da mente.
Rotina:
Importante para a implementação da prática de atividade física e outras atividades de lazer, bem como para a regulação do sono, para o combate aos vícios e manter em dia com os demais pontos do tratamento.
Remédios:
É importante, pois com ele podemos acelerar o processo de estabilizar o humor da pessoa, o que garante a possibilidade dela focar nos outros pontos do tratamento, bem como manter-se em suas atividades cotidianas (trabalho, família, social) sem prejuízo.
As possibilidades de tratamento medicamentoso é grande, mas possui como principais representantes os Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina (ISRS), como a fluoxetina, sertralina e escitalopram, e os duais ou Inibidores Seletivos de Recaptação de Noradrenalina e Serotonina (ISRNS), como a duloxetina, desvenlafaxina e venlafaxina.
Cada medicação tem uma ação em particular, com perfil de tolerância e resposta variadas, de acordo com o princípio ativo e com o paciente em particular.
Não é obrigatório em todos os casos! No entanto deve sempre passar por avaliação e indicação médica prévia.
Considerações finais:
A depressão pode parecer um fardo insuportável, que muitas vezes você se sente sozinho, sem energia e sem esperança.
As tarefas simples do dia a dia parecem impossíveis e você pode se perguntar se algum dia vai se sentir melhor novamente.
Mas saiba que você não está sozinho nessa luta. Muitas pessoas enfrentam a depressão em algum momento da vida, e muitas conseguem superá-la.
O importante é não desistir e buscar ajuda quando precisar.
Às vezes, o primeiro passo pode ser o mais difícil, mas você pode encontrar apoio em amigos, familiares, profissionais de saúde ou em grupos de apoio.
Lembre-se de que a recuperação é possível. Não tenha mede nem deixe de buscar ajuda!